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Brasil ingressa no top 10 global: uma nova era para o mercado brasileiro de música

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Photo: MIDiA Research

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by Leo Morel

O mercado musical brasileiro se desenvolveu significativamente nos últimos anos em decorrência de uma ampla dinâmica econômica, cultural e tecnológica no país. Depois de enfrentar uma grave crise econômica que começou em 2017, o Brasil agora está retornando ao crescimento, com um produto interno bruto de US$2,13 trilhões em 2023, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. Isso fez do país a nona maior economia do mundo, saltando duas posições e ultrapassando nações como Canadá, Espanha e México. 

Esse crescimento se refletiu no mercado de música gravada do Brasil, conforme detalhado no último relatório da MIDiA: “Mercado musical brasileiro | Rumo ao estrelato”. O mercado brasileiro de música gravada cresceu 18,7% em relação a 2022, superando a taxa de crescimento global de 9,8%, e atingindo US$641 milhões em 2023. Com isso, o Brasil agora está no ranking dos 10 maiores mercados musicais do mundo, contribuindo para a promoção internacional do efervescente cenário cultural do país.

A revolução do streaming

A grande maioria das receitas de música gravada no país — mais de 80% — é proveniente do streaming, marca que tornou o Brasil o sétimo maior mercado de streaming de música em termos globais, saltando três posições em relação a 2022. O país possui uma numerosa população e cada vez mais conectada à internet, fator que contribuiu para uma significativa difusão dos serviços de streaming. De acordo com a pesquisa de consumidores do segundo trimestre de 2024 da MIDIA, pouco mais da metade dos brasileiros consome os  serviços de streaming de música mensalmente, um número que se equipara à média global. Isso comprova a tendência  do Hemisfério Sul de liderar o crescimento de novos usuários de streaming no mundo.  E um dos fatores que impulsionou o rápido crescimento dos serviços de streaming de música na América Latina é a ausência de desenvolvimento de um mercado de downloads na região. A Apple concentrou os esforços iniciais de marketing para sua loja de downloads iTunes em países de língua inglesa, deixando de lado outras regiões. Consequentemente, os downloads pagos não se desenvolveram na América Latina, contribuindo para que o mercado passasse da mídia física direto para o streaming.

Apesar de apresentar uma receita média por usuário (ARPU) menor em comparação à média global, o grande número de ouvintes no Brasil facilita o crescimento substancial das receitas de streaming no paíes. A população do Brasil é de aproximadamente 220,1 milhões, de acordo com o US Census Bureau e, no final de 2023, o país registrou mais de 30 milhões de assinaturas pagas de streaming de música, com o Spotify liderando de forma emblemática o segmento.

Um futuro brilhante e competitivo pela frente

Apesar de enfrentar desafios, incluindo disparidades sociais e infraestrutura inconsistente para dar suporte ao negócio da música, as previsões para o mercado brasileiro de música apontam para um futuro promissor. A receita anual de música gravada ultrapassará US$ 1 bilhão até 2031 — um aumento de 74% em relação a 2024. Isso também aumentará a influência da música brasileira em termos globais, através da crescente popularidade do funk brasileiro na Europa e nos EUA, por exemplo. A população do Brasil não é apenas grande em número, mas também profundamente conectada a seu repertório musical local. Embora o Brasil seja um grande mercado de exportação para música de língua inglesa, os consumidores locais ouvem primordialmente música em português feita por brasileiros e seus principais artistas e gêneros — como Anitta, o funk e o rap brasileiros — vêm ganhando cada vez mais projeção no mercado global.

Esse panorama contribui para que o Brasil se torne um ambiente cada vez mais competitivo entre os players da indústria da música, com empresas internacionais como Believe, ByteDance, Warner Music Group e UnitedMasters investindo em escritórios e estúdios de gravação no Brasil. Os players globais vêm investindo em contratos com talentos musicais brasileiros — por exemplo, Anitta assinou com a Universal Music Latin — e adquirindo catálogos existentes. Um dos eventos mais notáveis observados no país nos últimos foi a aquisição da Som Livre, que pertencia ao Grupo Globo, pela Sony Music Group em 2021. 

Entender as complexidades dos hábitos de consumo dos ouvintes brasileiros, sua afinidade com a música local e a diversidade das cenas musicais brasileiras é fundamental para obter êxito neste ambiente de competição crescente. A indústria musical brasileira não está apenas em ascensão, ela está se tornando um player de destaque no cenário mundial e sua vibrante música está ganhando cada vez mais espaço, rompendo barreiras e atravessando fronteiras.

Se você gostou do que viu leu, confira o relatório completo: Mercado musical brasileiro | Rumo ao estrelato. Se você ainda não é um cliente MIDiA, envie-nos uma mensagem para businessdevelopment@midiaresearch.com

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